terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Helicóptero brasileiro decola para resgatar refém das Farc na selva colombiana.

Um helicóptero cedido pelo governo brasileiro partiu nesta terça-feira da cidade colombiana de Villavicencio, com uma equipe da Cruz Vermelha a bordo, para resgatar, na selva, Alan Jara, ex-governador daquele país que permanece há quase oito anos em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Segundo o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha Ives Heller, o helicóptero partiu às 8h50 (11h50 no horário de Brasília) para um local no departamento de Guaviare com a senadora oposicionista Piedad Córdoba, um médico, dois representantes da Cruz Vermelha e cinco tripulantes.
O porta-voz confirmou que a equipe de resgate já possui coordenadas do local em que o refém será entregue. "Temos que manter a calma, as solturas são muito delicadas." Pelo cronograma, o helicóptero deve retornar da selva entre as 14h e as 15h desta terça-feira (17h e 19h em Brasília, respectivamente).
Jara era governador do departamento (Estado) de Meta. Se o resgate for bem-sucedido, fica cumprida a segunda etapa de um processo que, neste domingo (1º), soltou os policiais Alexis Torres, Juan Galicia e José Lozano e o soldado William Domínguez, em cativeiro desde 2007; e que ainda deverá soltar o ex-deputado Sigifredo López.
López é mantido refém desde 2002 e é o único sobrevivente de um grupo de 12 deputados provinciais assassinados, em cativeiro, no dia 18 de junho de 2007.
De acordo com a Colômbia, as Farc mantêm, atualmente, 700 reféns.

Disputas
O ex-governador devia ter sido resgatado nesta segunda-feira (2), mas a disputa entre o governo da Colômbia e a senadora oposicionista atrasou os procedimentos. Na madrugada desta segunda-feira, o presidente Álvaro Uribe e o grupo de mediadores que são liderados pela senadora, o Colombianos pela Paz, trocaram acusações.
O motivo foram os voos realizados por militares colombianos na área em que o helicóptero brasileiro encontraria os reféns na selva. Durante a operação, um dos mediadores acusou Bogotá --na rede de TV chavista Telesur-- de violar o acordo feito com a Cruz Vermelha.
Uribe, então, decidiu proibir que a senadora Córdoba e integrantes do Colombianos pela Paz de participarem das demais fases da operação. O colombiano recuaria muitas horas depois, a pedido da Cruz Vermelha --a presença de Córdoba, assim como de um fiador 'estrangeiro', foi uma exigência das Farc para a libertação.
Claudia Rugeles, mulher do ex-governador que aguarda resgate, comemorou. "Felizmente para todo o país, foi restabelecida a autorização a Piedad Córdoba e ela, como uma mulher corajosa, vai sozinha, o que tem sido muito caro para todos nós." Rugeles espera notícia da libertação do marido em casa, com a família.

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